

© 2023 Cristina Santander | Catálogo de grabados.
Os Romanos costumavam chamar uma pessoa muito especial de avis rara. Recebe-la era um privilégio. Quando isso acontecia diziam avis rara, avis cara. Rara designava fora do comum. Especialíssima. Cara significava bem-vinda.
Tanto em latim como em português os adjetivos rara e cara se aplicam à presença da artista Cristina Santander em Curitiba. Em tempos de muita acomodação e embuste nas artes plásticas, onde prevalece o vale tudo, Cristina Santander permanece fiel aos princípios básicos que norteiam o trabalho sério honesto.
Dos males da arte contemporânea em que a habilidade e engenhosidade contrapõe-se ao conhecimento e talento, Cristina Santander não sofre. Ë uma artista no sentido lato da palavra. Não chegou à arte por acaso. Por vaidade, exibicionismo, moda. Não!
Ao decidir, ao optar pela arte sabia que não seria fácil. Não foi e não é. Para chegar aonde chegou, trabalhou e trabalha muito.
Ao dedicar-se à gravura o fez com férrea determinação. Nos anos 80 ao perceber que tinha exaurido todas as fontes de aprendizado em Buenos Aires foi estudar em Paris. No que havia de melhor. O Atelier 17, do mestre gravador Stanley Hayter. De Rive Gauche seguiu para a Casa Velásquez em Madrid.
Em suas gravuras e pinturas a arte da França e da Espanha está presente através de releituras, apropriações e criações em que sua visão moderna e contemporânea prevalece. Assim, Velázquez, Goya, as pontes de Paris, o Art Nouveaux, Watteau são presenças naturais em suas águas-fortes e pinturas a óleo. Seria estranho não encontrar essas referências. Picasso, que não canso de citar, não seria quem foi sem Velázquez, Goya, Manet, Cézanne e muitos outros que releu e interpretou.
Cristina Santander seguiu-lhe o exemplo. Também bebeu em duas das fontes em que o pintor matou a sede: Velázquez e Goya. Picasso dizia que se inspirar na pintura dos outros é válido. Imperdoável é inspirar-se em sua própria obra. É repetir-se.
A liberdade e ousadia de Cristina jamais lhe permitiram que tal acontecesse. Por isso é quem é. Hoje Cristina Santander está entre as seis melhores gravadoras do mundo.
Consciente do que é e do que faz, Cristina desde a Série Surrealista dos anos 60 até as gravuras e pinturas recentes do período Brasil, a partir da viagem à Caiobá no litoral paranaense, mantem o alto nível da arte que faz. Em nenhum momento de sua intensa e profícua atividade o deixou cair.
Cristina Santander le siguió el ejemplo. También bebió en las fuentes en las que el pintor mató su sed: Velázquez y Goya. Picasso decía que inspirarse en la pintura de otros es válido. Imperdonable era inspirarse en su propia obra. Y repetirse.
La libertad y osadía de Cristina jamás le permitirán que tal cosa suceda. Por eso es quien es hoy. Hoy Cristina Santander está entre las seis mejoresa grabadoras del mundo.
Conciente de quien es y de que hace, Cristina desde la serie Surrealista de los años 60 hasta los grabados y pinturas recientes del período Brasil, a partir del viaje a Caiobá en el litoral paranaense, mantiene el alto nivel del arte que hace. En ningún momento de su intensa y prolífica actividad Com a mesma sinceridade com que releu Velásquez e Goya e criou imagens contemporâneas de surpreendente força e beleza como Vision Goyesca de 1987 e Menina verde con niño y perro e Menina y flores azules, ambas de 2001, Cristina Santander agora em Caiobá, na baía de Guaratuba em contra no sol, no mar, na areia, na mata, nas flores, nos caiçaras, nas aves, nos pássaros, referencias que ganham formas e cores nas chapas e telas.
Não sei o que levou Cristina Santander a Caiobá, mas acredito que foi a mesma inquietação que levou Gaugin ao Taiti, Van Gogh a Arles. A necessidade de desenhar, gravar, pintar, de se expressar. A ânsia de ver no papel, na chapa, na tela uma fagulha divina. De ser um instrumento. De fazer parte de um processo maior.
Dos anos 60 aos nossos dias a arte de Cristina Santander evoluiu verticalmente, sem verde con niño y perro e Menina y flores azules, ambas de 2001, Cristina Santander agora em Caiobá, na baía de Guaratuba em contra no sol, no mar, na areia, na mata, nas flores, nos caiçaras, nas aves, nos pássaros, referencias que ganham formas e cores nas chapas e telas.
Não sei o que levou Cristina Santander a Caiobá, mas acredito que foi a mesma inquietação que levou Gaugin ao Taiti, Van Gogh a Arles. A necessidade de desenhar, gravar, pintar, de se expressar. A ânsia de ver no papel, na chapa, na tela uma fagulha divina. De ser um instrumento. De fazer parte de um processo maior.
Dos anos 60 aos nossos dias a arte de Cristina Santander evoluiu verticalmente, sem interrupções, sem altos e baixos. Nestes 40 anos de gravar e pintar manteve-se fiel às regras, aos limites que as verdadeiras obras de arte estabelecem.
Se assim não fosse não teria realizado séries de águas-fortes em que a ousadia dos temas, a liberdade criativa, caminham juntas, marcadas por irreprochável técnica. São muitas as Séries: “Surrealistas, Homenaje a Durero, Irônicas Personajes, Personaje a punto de…, Números, Abecedario, Art Noveaux, La Playa, Personajes con flores, Personajes con la natureza muerta, Rut, Watteau, Flores, Puntes de Paris, Musica,Española, Collagraphs, Divertimentos goyescos, Negra, Aún más divertimentos, Otros caprichos, Infantes e Madrid. Todas realizadas de 1964 a 1998.
Na área da pintura a riqueza e a originalidade dos temas, a fabulação, têm a mesma dinâmica e ritmo das instigantes águas-fortes. Sabemos que as criaturas, as paisagens, as flores, de Cristina Santander são as que vemos e conhecemos. Mas há algo nessas imagens que sinalizam com sinais que desconhecemos. É como se as imagens de Cristina Santander dissessem: “Preste atenção! A minha Gestalt é outra. Fique atento” Creio que esta é a primeira individual de Cistina Santander no Brasil. Espero que esta mostra no NORIS – espaço de arte, em Curitiba, seja apenas o começo do percurso brasileiro. Seja bem-vinda.
Carlos von Schimd
Curador e Crítico de Arte
São Paulo, 11 de maio de 2002.
Grabado “Principe Baltasar Carlos”
Grabado “Balconada VI”
“Las Meninas”
Óleo sobre tela.
2 x 2 m.
Año ‘91
Colección Ministerio de Exteriores de España. Consulado de España – SHANGHAI – China
Grabado “Principe Baltasar Carlos”. Foto Embajador Rodrigo Aguirre de Cárcer
Siento una gran satisfacción al presentar la primera Exposición de Cristina Santander en el Nuevo Milenio. Una exposición de pinturas y grabados que recorren el sustrato del arte y del alma de mi país, retratando formas del pasado que sostienen nuestro presente a través de la paleta luminosa de una argentina del siglo XXI.
Cristina Santander es artista que no sólo no reniega la tradición de los grandes clásicos sino que los incorpora a su estilo para reinterpretarlos, con una visión fascinante de la modernidad. Su arte supone por ello un compromiso de renovación que despierta la profunda emoción de los que estamos formamos en las experiencias vitales del arte español.
Sus grabados, por otro lado –de técnica extraordinaria y original- analizan paisajes urbanos de mi Madrid natal, compaginando realismo y figuración en un perfecto equilibrio.
Cristina Santander es una cronista histórica. Su verdadero taller es el alma de lo hispánico. El espectacular Príncipe Baltasar Carlos, con una prestancia y gracia resume toda la fuerza de un estilo singular de hacer arte.
Estas obras revelan una artista inquieta y profunda, irónica y reflexiva, que crea con pinceladas, cartones y lienzos un universo de una belleza inigualable de intenso color hispánico.
Y en un mundo en el que la globalización es un rasgo definitorio de la modernidad, nuestra pintora es ejemplo claro de artista que ha conseguido superar lo particularismos y ha trascendido las barreras atlánticas para retratar de una forma tan admirable un país, el mío, desde sus profundos ojos de argentina universal.
Muchas gracias, Cristina Santander.
Manuel Alabarts
Embajador de España